Especialidades

Ginecologia

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1. O que é Ginecologia

Ginecologia é a especialidade médica que cuida da saúde reprodutiva da mulher em todas as fases da vida. A primeira consulta deve ser iniciada ainda na juventude, logo após a primeira menstruação. A partir daí, será a especialidade que acompanhará a mulher até a menopausa, com orientações sobre métodos contraceptivos, cuidados durante a gestação, além de diagnósticos, tratamentos e prevenção das doenças que acometem o sistema reprodutor feminino (vulva, vagina, colo do útero, útero, ovários, trompas e mamas).

2. Tratamento da mulher

As mulheres têm o dom de trazer vida para o mundo, naturalmente o seu corpo se prepara todos os meses para uma possível gestação. É um universo complexo sim, repleto de dúvidas e possibilidade, mas nós, ginecologistas, estamos aqui para te ajudar!

Consulta de rotina
 
No atendimento de rotina, é comum que sejam feitos exames clínicos importantes, que são indispensáveis para prevenir, identificar e tratar doenças ainda em fase inicial. É o caso do papanicolau, que previne e detecta câncer do colo do útero, ovários e endométrio, infecções vaginais como, candidíase e doenças sexualmente transmissíveis: sífilis, gonorréia e clamídia. O exame de mama também é imprescindível para detectar nódulos e diagnosticar um possível câncer de mama ainda em estágio inicial, o que aumenta consideravelmente (cerca de 95%) as chances de cura.

Diagnóstico e tratamento
 
Alguns sintomas podem indicar a necessidade de agendar uma consulta com o ginecologista, como sentir dores pélvicas, menstruação irregular, corrimentos, dor durante a relação sexual, coceiras e irritações. Neste sentido, as doenças ginecológicas mais comuns são: candidíase, endometriose, SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos), infecção urinária, cistite, miomas uterinos, cistos de ovário, doença inflamatória pélvica, vaginose, vaginite e ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). 

Gravidez e fertilidade
 
Durante a gravidez é imprescindível buscar acompanhamento médico desde o início, para tomar vitaminas, realizar ultrassons e receber orientação para que a mãe e o bebê se mantenham saudáveis e amparados durante toda a gestação.

Caso o desejo da mulher seja evitar a gravidez, é o médico ginecologista quem a orientará sobre os métodos contraceptivos (pílula anticoncepcional, DIU, implante hormonal, laqueadura…).

Quando o casal está com dificuldade para engravidar ou deseja postergar a maternidade, receberá orientação sobre o Congelamento de Óvulos/ Sêmen ou técnicas de Reprodução Assistida como, Inseminação Artificial (IA), Fertilização in Vitro (FIV) e Relação Sexual Programada (RSP).

3. Cuidando da saúde feminina em todas as fases da vida
 
Ao longo da vida é direito de toda mulher receber orientação e tratamento adequado e de confiança. Por isso, na puberdade, ainda antes de iniciar a vida sexual, o responsável deve acompanhar a filha ao ginecologista, que irá orientá-la sobre os métodos contraceptivos para evitar uma gestação indesejada, prevenir doenças sexualmente transmissíveis e iniciar os exames preventivos. A partir daí, as consultas devem ser realizadas no mínimo uma vez ao ano, a critério médico ou sempre que desejar receber apoio especializado.
 
Na fase adulta, o ginecologista continuará acompanhando a mulher, com o adicional de orientá-la sobre o seu desejo ou não de engravidar. Caso a mulher engravide, será o médico ginecologista/ obstetra que a acompanhará durante a gestação, cuidando tanto da sua saúde, quanto da do bebê. Caso a mulher tenha dificuldade de engravidar, deve procurar um ginecologista especializado em Reprodução Humana, para investigar as causas da infertilidade e iniciar o tratamento adequado.

A partir dos 45 anos ou quando a mulher começar a sentir os sintomas do climatério (ondas de calor, suor noturno, secura vaginal, oscilação de humor e diminuição da libido) também deve se consultar com o ginecologista para receber orientação e amenizar os sintomas, conquistando maior qualidade de vida durante esta fase, que é marcada pelo declínio natural dos hormônios reprodutivos.

Durante toda a vida, a mulher deve se consultar com o ginecologista sempre que precisar de orientações, esclarecer dúvidas e receber tratamento sobre todas as doenças que envolvem a sua saúde íntima.

4. Prevenção e preparação para um futuro reprodutivo
 
Ao contrário dos homens, que produzem espermatozoides durante boa parte da vida, as mulheres nascem com uma quantidade limitada de óvulos, estimada em 5 milhões. A cada menstruação vai diminuindo o seu estoque, sendo que após os 35 anos, essa perda se acentua todos os meses, chegando a ter, em média, entre 65 e 25 mil óvulos. Por isso, é importante que a mulher, que por algum motivo deseja postergar a maternidade, saiba como está a sua reserva ovariana e avalie a possibilidade de congelar os seus óvulos, para garantir uma futura gestação mais segura.

Manter hábitos saudáveis também é essencial para preservar a fertilidade. Estudos apontam que: não fumar, ponderar o consumo de álcool, não usar anabolizantes e substâncias ilícitas, praticar atividade física com regularidade, se alimentar de maneira saudável e usar preservativo durante as relações são práticas que contribuem para prolongar a vida reprodutiva.

5. Tratamentos

5.1 - Métodos contraceptivos
 
Hoje em dia há várias possibilidades para se evitar a gravidez indesejada, sendo que os preservativos masculino e feminino continuam sendo a única opção para se proteger, ao mesmo tempo, da gravidez e das DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Por isso, deve ser utilizado em todas as relações, especialmente nas esporádicas, em que não há vínculo com o parceiro. Quando se há estabilidade e o casal deseja mais liberdade nas relações, é importante se consultar com o ginecologista, para conhecer as vantagens e desvantagens de cada método e escolher o que melhor atende às necessidades do casal.

Dentre as opções temos os métodos hormonais que geralmente impedem a ovulação e também podem ser recomendados para aliviar os sintomas decorrentes das oscilações hormonais nas mulheres, como é o caso da pílula oral, do implante hormonal, do DIU hormonal, do anel vaginal e do anticoncepcional injetável.

Às mulheres que já são mães e/ou não desejam ter filhos, encontram na laqueadura a solução contraceptiva definitiva.

5.2 - Inserção de DIU hormonal e não-hormonal 
 
O DIU é um dispositivo pequeno e flexível, em formato de T, que é inserido pelo ginecologista no interior da cavidade uterina. Entre as principais vantagens estão:

- Praticidade, já que uma vez inserido, pode permanecer até 5 anos com eficácia;
- Independência, pois não há risco de esquecer;
- Não afeta o contato íntimo;
- Pode ser utilizado durante a amamentação.

O DIU hormonal, conhecido como Mirena, libera gradualmente hormônios no útero e é indicado para mulheres que não querem ou não podem menstruar. Já o DIU não-hormonal (de cobre), não utiliza nenhum hormônio e age liberando íons, um componente químico que impede que os espermatozoides cheguem às trompas, onde acontece a fertilização.

A inserção de ambos é realizada somente pelo ginecologista, através de um procedimento simples, em ambiente clínico ou hospitalar. Recomendamos que a paciente agende o procedimento durante o período menstrual, especialmente no primeiro dia, em que o colo do útero está mais dilatado. Nas pacientes que por alguma razão estão com a menstruação suspensa, podem colocar em qualquer dia do ciclo.

5.3 - Endocrinologia Ginecológica 
 
A Endocrinologia Ginecológica é uma subespecialidade em junção entre a Ginecologia e a Endocrinologia, que estuda a ação dos hormônios e glândulas do corpo feminino, assim como as suas patologias. Esta especialidade oferece um atendimento ainda mais especializado para as mulheres diagnosticadas com distúrbios hormonais ou que tenham sintomas que oscilam durante o ciclo menstrual. 

Entre as disfunções mais comuns, podemos citar:

- SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos)
- TPM (Tensão Pré-menstrual)
- TDPM (Transtorno Disfórico Pré-menstrual)
- Infertilidade de causa hormonal
- Endometriose
- Alterações nutricionais ou metabólicas que podem influenciar e modificar a função menstrual
- Hipotireoidismo ou hipertireoidismo
- Osteoporose
- Alteração do metabolismo dos lipídeos.

Além das disfunções acima, a Endocrinologia Ginecológica acompanha as pré-adolescentes, que estão em transição da infância para a puberdade, as mulheres que desejam engravidar e que estão passando pelo climatério e menopausa.

5.4 - Reposição hormonal 
 
A reposição hormonal é um tratamento à base de medicamentos administrados por via oral, vaginal ou transdérmica, indicado quando a paciente apresenta deficiência de algum hormônio a ponto de impactar a saúde e a qualidade de vida.

É muito frequente durante a menopausa, em que há redução significativa de estrogênio e, consequentemente, sintomas como, ondas de calor (os famosos “fogachos”), suor noturno, insônia, oscilações de humor, secura vaginal e diminuição da libido.

Apesar da finalidade ser diferente, a reposição hormonal é um tratamento muito semelhante ao anticoncepcional para prevenção da gravidez, pois são compostos por hormônios. Porém, há controvérsias quanto ao seu uso, devido ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Contudo, estudos indicam que este risco foi aumentado somente nas mulheres que iniciaram a reposição 10 anos após a menopausa, pois provavelmente já tinham disfunção vascular estabelecida antes de começar o tratamento. 

Caso você esteja com estes sintomas não deixe de conversar com o ginecologista. Iremos avaliar os riscos x benefícios, considerando o seu histórico médico. Nenhum tratamento será indicado se houver riscos comprovados para a sua saúde.

5.5 - Histeroscopia 
 
A histeroscopia é um exame ginecológico, que pode ser realizado em ambiente clínico ou hospitalar. É indicado para detectar possíveis lesões, pólipos, miomas, sinéquias (aderências uterinas), malformações uterinas e câncer do endométrio, bem como investigar a causa da infertilidade, abortos de repetição e sangramentos uterinos.

Durante o exame, utilizamos o histeroscópio (equipamento extremamente fino com uma microcâmera na ponta) para coletar imagens em tempo real e realizar biópsia (quando necessário) do útero, canal endocervical e vagina. 

Há dois tipos de histeroscopia. A diagnóstica, indicada para investigar as doenças ginecológicas, conforme descrito acima, e a histeroscopia cirúrgica, que trata as patologias que acometem o interior do útero. Ambas são consideradas procedimentos ginecológicos minimamente invasivos. 

5.6 - Laser íntimo
 
O laser íntimo ou laser vaginal é indicado para o tratamento dos sintomas de ressecamento, atrofia e flacidez da região íntima feminina. Ele atua através do estímulo de colágeno, com aumento da vascularização e regeneração da mucosa vaginal e derme vulvar, aliviando em cerca de 85% os sintomas citados.

Entre os benefícios estão:

- Melhora da elasticidade vaginal
- Maior lubrificação
- Aumento da libido e sensibilidade
- Melhora da dispareunia (dor durante a relação sexual)
- Redução da incontinência urinária causada pela flacidez muscular
- Rejuvenescimento estético da vulva

O tratamento a laser é indicado e seguro no pós-parto, quando a mulher ainda está amamentando, pois é um período em que há ocorrências destes sintomas.